


Vestibular: Não tenha medo deste bicho-papão
Chegou a hora. Não adianta se descabelar, passar as noites em claro revendo conteúdos e deixar o descanso de lado. Agora, é o momento de manter horários definidos para estudos e lazer e ter tranqüilidade para encarar a maratona de vestibulares que vem por aí. Essas são as dicas da psicóloga Edyleine Bellini Peroni Benczik e do professor de cursinho pré-vestibular Paulo Matos, mais conhecido como professor Pardal, do Colégio Objetivo.
“É preciso controlar a ansiedade e administrar o tempo”, alerta a psicóloga. Tão importante quanto estudar, é ter momentos de relaxamento, lazer, manter uma boa alimentação e dormir bem. “isso ajuda a assimilar os conteúdos”, explica ela. Segundo o professor, os vestibulandos devem “manter a cabeça no lugar e não acharem que, essas alturas do campeonato vão recuperar o tempo perdido”.
Em épocas de decisões e desafios, o apoio da família pode fazer a diferença. “Os pais devem apóias as escolhas dos filhos e não e não cobrá-los o tempo todo. Eles podem também trocar idéias sobre o que acontece no mundo, isso pode ajudar”, diz Edyleine. “Os pais precisam ser mais complacentes, pois alguns alunos se sentem muito cobrados”, ressalta Pardal.
A cobrança não é apenas em relação aos resultados positivos nos vestibulares, mas também na escolha da profissão. Para a psicóloga, a carreira profissional, é como um casamento. “Tem de ter dedicação e investimento, por isso a escolha deve ser bem feita”. Na hora de optar entre uma área e outra, o vestibulando deve levar em consideração seus valores pessoais, seu jeito de ser, estilo de vida e suas características pessoais. Por isso, muitas vezes, é preciso a ajuda de um psicólogo, que pode orientar melhor o aluno através dos testes vocacionais. “O aluno tem de escolher uma profissão que possa desenvolver com prazer, vontade e interesse. Não apenas porque dá dinheiro”, explica Edyleine.
As decisões devem levar em conta também o mercado de trabalho, mas os pais não devem pressionar seus filhos a optarem por essa ou aquela profissão. “O pai que pressiona o filho para escolher uma profissão a seu gosto deve pensar se gostaria de fazer isso por 40 anos e depois de refletir sobre essa questão, deve perguntar ao filho”, diz Pardal. “Muitas vezes, os pais querem que os filhos escolham as profissões mais reconhecidas, como Medicina e Direito, por exemplo. Se a escolha é diferente, há um choque familiar”, destaca a psicóloga.
O ano de preparação para os vestibulares não é fácil, mas, segundo Edyleine, é preciso que os alunos saibam que ele é um reforço de tudo aquilo que já foi desenvolvido durante a vida escolar.
“Tem de estudar muito, mas se o estudante teve uma boa formação escolar, tem hábito de leitura, acessa a internet e está antenado no que acontece, o processo se torna mais simples.”
Na véspera das provas, valem as dicas dos profissionais: dormir cedo, se alimentar bem, respirar fundo para controlar a ansiedade e não estudar. “Pode se divertir, sem excessos, tomar um belo café da manhã, sem exageros, chegar com duas horas de antecedência ao local e procurar o seu lugar para que não haja surpresas no dia da prova”, alerta o professor.
“A graduação não é mais a garantia de empregos”. Hoje é preciso ter um diferencial para conquistar uma vaga e se manter no mercado de trabalho. “As habilidades pessoais e a inteligência emocional contam muito”, afirma Edyleine. Por isso, se a escolha da profissão não foi a melhor, nada de desespero. “Se optou por algo e não gostou, tem de começar tudo de novo. Vale mais um ano de desafio do que 40 carregando nas costas uma profissão que não gosta”, diz Pardal.
Jornal da Economia
Pag. 5 – Data 03/10/2003

