


Criança Hiperativa
Inquietação e falta de atenção podem ser sintomas de um transtorno. O tratamento é indispensável para que o relacionamento familiar e social dos pequenos que apresentam um comportamento agitado não seja prejudicado.
Há crianças que são inquietas e extremamente agitadas. Tanto que, em casa, nos locais de lazer e até na escola muitas vezes são consideradas impossíveis de se lidar porque querem fazer diversas atividades ao mesmo tempo, mexem nos brinquedos dos amigos, enfim não conseguem se concentrar.
Esse comportamento pode ter por trás algo que muitos pais desconhecem. A explicação está em uma disfunção chamada Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Estudos estimam que cerca de 5% das crianças e adolescentes no mundo inteiro sofrem com o problema.
Segundo a psicóloga Edyleine Bellini Peroni Benczik, de São Roque, SP, doutorada em Psicologia da Aprendizagem, da Personalidade e do Desenvolvimento, pela USP, a hiperatividade pode se manifestar na criança desde quando ela é bebê – por exemplo, se chora demais e é muito agitada. “Mas com o ingresso na escola, principalmente na primeira série do ensino fundamental, quando são exigidas mais atenção e disciplina, é que geralmente o problema fia evidente”, afirma.
Porém não porque os pais têm um filho agitado em casa que devem achar que ele é hiperativo. “Há uma fase, geralmente entre 2 e 5 anos, em que a criança é super ativa porque ela está fazendo descobertas o tempo todo. Isso é diferente da hiperatividade”, diz .
A especialista explica que o diagnóstico é feito de acordo com critérios comportamentais e o tratamento, que varia de caso para caso, pode envolver medicação, acompanhamento psicológico, até mesmo dos pais, e apoio psicopedagógico.
Convivendo com o problema
A psicóloga Edyleine Benczik, que é autora de diversos livros sobre hiperatividade, entre eles TDAH – O que é? Como ajudar?, da Editora Artmed, dá algumas dicas aos pais de crianças hiperativas:
· Procurar entender o TDAH;
· Não bater na criança por causa das suas atitudes. É preciso conversar e ter paciência, pois ela age sem pensar, não é proposital;
· Ensine-a não interromper as atividades, ou seja, fazer uma coisa de cada vez;
· Estabeleça uma rotina diária para que ela tenha estrutura;
· Mantenha os limites claros e relembre-os freqüentemente.
Onde obter ajuda de graça:
ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção). São Paulo, SP, tel. (11) 3085-1274.
GEDA (Grupo de Estudos de Déficit de Atenção). Rio de Janeiro, RJ. tel. (21)2295-3449, ramal 246; 2295-2549; 2295-9549; 2295-5549;
GOTAH (Grupo de Orientação sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Curitiba, PR, tel. (41) 255-1273
O Democrata – 03/07/2004
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